O acolhimento de Jesus nos cura
“Logo que saíram da sinagoga, foram com Tiago e João para a casa de Simão e André. A sogra de Simão estava de cama, com febre, e logo falaram dela a Jesus. Ele aproximou-se e, tomando-a pela mão, levantou-a; a febre a deixou, e ela se pôs a servi-los. Ao anoitecer , depois do pôr do sol, levavam a Jesus todos os doentes e os que tinham demônios. A cidade inteira se ajuntou à porta da casa. Ele curou muitos que sofriam de diversas enfermidades; expulsou também muito demônios, e não lhes permitia falar, porque sabiam quem ele era. De madrugada, quando ainda estava bem escuro, Jesus se levantou e saiu rumo a um lugar deserto. Lá, ele orava. Simão e os que estavam com ele se puseram a procurá-lo. E quando o encontraram, disseram-lhe: ‘Todos te procuram’. Jesus respondeu: ‘Vamos a outros lugares, nas aldeias da redondeza, a fim de que, lá também, eu proclame a Boa Nova. Pois foi para isso que eu saí’. E foi proclamando nas sinagogas por toda a Galileia, e expulsava os demônios.
Um leproso aproximou-se de Jesus e, de joelhos, suplicava-lhe: ‘Se queres, tens o poder de purificar-me!’. Jesus encheu-se de compaixão, e estendendo a mão sobre ele, o tocou, dizendo: ‘Eu quero, fica purificado’. Imediatamente, a lepra desapareceu, e ele ficou purificado. Jesus, com severidade, despediu-o e recomendou-lhe: ‘Não contes nada a ninguém! Mas vai mostrar-te ao sacerdote e apresenta, por tua purificação, a oferenda prescrita por Moisés. Isso lhe servirá de testemunho’. Ele, porém, assim que partiu, começou a proclamar e a divulgar muito este acontecimento, de modo que Jesus já não podia entrar, publicamente, na cidade. Ele ficava de fora, em lugares desertos, mas de toda a parte vinham a ele.” (Mc 1, 29-45)
O amor de Jesus é transformador
Essa Palavra me fala da delicadeza de Jesus, Ele que se compadece da sogra de Pedro. Este texto das Escrituras me fala dessa delicadeza que faz Jesus se aproximar da sogra de Pedro, tomá-la pela mão e depois curá-la. Após esse gesto de acolhimento da parte do Senhor, ela se põe a servir. Só imita o acolhimento de Jesus no Seu serviço quem primeiro é acolhido por Ele. Não adianta servir por servir, por achar que isso é o mais certo a ser feito. O verdadeiro serviço nasce desse contato de amor, desse acolhimento, dessa sensibilidade do Senhor. Assim, quem é amado pelo Amor é capaz de amar.
Uma mulher e uma mulher doente. Jesus se aproximou, tomou-a pela mão e a curou. Nas sociedades antigas, as mulheres não eram muito levadas em consideração. Um homem, que não fosse o marido, aproximar-se de uma mulher era um escândalo. Além disso, ela estava doente. Também havia a mentalidade antiga de que a doença era sinal de culpas, de pecados cometidos, de castigo por algum pecado, por isso, doentes deveriam ficar longe dos sadios para não os “contaminar” com seus “erros”. Um preconceito com os mais debilitados e uma visão equivocada da ação divina.
Jesus, contudo, aproximou-se delicadamente dela. Olhou para seu ser feminino com respeito e atenção, olhou para sua fragilidade, tratou-a de uma maneira bem atenciosa, e a curou. A sogra de Pedro, depois de curada, passou a servir.
O leproso se aproximou de Jesus. Era homem e reconheceu sua necessidade diante de Jesus. Teve a coragem de ultrapassar os preconceitos sobre si mesmo, de sua autoimagem tão desfigurada pela opinião da maioria, tão desfigurada em seu próprio interior, e se aproximou de Jesus. Este se compadeceu e o curou.
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