IGREJA

 As clarissas e o fascínio da sua ordem

No mês vocacional, vamos descobrir as várias ordens, carismas e modalidades de vida religiosa.

Era o domingo de ramos do ano de 1211. Clara de Assis, contrariando os desejos de sua família, decide consagrar a sua vida a Deus. O que ela talvez não imaginava era que estava dando início a uma grande família religiosa que, inspirada na sua espiritualidade, manteria vivo o ideal de viver o Evangelho em sua essência. 

Depois de passar por dois mosteiros de outras regras de vida, Clara é conduzida por Francisco a São Damião, onde antes ele havia escutado o pedido de Cristo para reconstruir a Igreja. Clara abraça o mesmo chamado, e assume a missão de reparar a Igreja com a oração e a penitência. 

À Clara se une não só a sua irmã mais nova, também contrariando a família, mas muitas outras jovens, atraídas pela vida de pobreza, trabalho manual e confiança na Providência Divina. De início, o novo estilo de vida, diferente de tudo o que a Igreja já havia assistido em sua história, não agradou as autoridades eclesiásticas. 

A nova forma de vida iniciada por Clara, sob os olhos de Francisco, só foi aprovada perto da morte da fundadora. Mas continuou a inspirar mais e mais mulheres, que multiplicaram os mosteiros pelos cincos continentes. A ordem que nascia, o Papa Urbano IV decidiu chamar de Ordem de Santa Clara (OSC). E  as seguidoras de Clara ficaram popularmente conhecidas como clarissas, como atualmente são identificadas. 

As clarissas ainda hoje se dedicam à vida contemplativa, em clausura, por meio da adoração eucarística, o canto do Ofício Divino - 7 vezes por dia - e a contemplação silenciosa. Têm suas orações marcadas pela intercessão ininterrupta pela Igreja e pelo mundo. 

Além disso, devotam-se ao trabalho manual. À imitação fidedigna de Clara, muitos mosteiros ainda trabalham com a confecção dos paramentos e das alfaias litúrgicas. Também dedicam-se à agricultura, ao artesanato e aos serviços domésticos. 

Hoje, a Ordem De Santa Clara (OSC) é formada por mosteiros autônomos que seguem a regra de Santa Clara (ou as que foram inspiradas em sua vida), e se agrupam em federações com o objetivo de manter a unidade do carisma. A alegria e o espírito de fraternidade continuam sendo as características mais emblemáticas das seguidoras de Clara.